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Um Estudo Sobre Escalas, Cordas e Tensão 2


Aqui, neste post, venho explicar por que adotei como "padrão meu de mim mesmo" uma escala em leque de 350mm~380mm para GB5.

Para guitarristas, luthieres e curiosos. :)

O melhor: sem calculeiras, tabelas e gráficos. (O bom e velho "quer que eu desenhe?!)

Trato do assunto de "forma comentada", buscando aspectos gerais de fácil entendimento.

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Por que gastei tempo e energia nesta merda?

A 5ª corda de uma GB tende a ter um excesso de grave chato pra cacete que destoa do restante das cordas, enquanto a 1ª tem um agudo que corta os tímpanos. Então quando se lasca a mão num acorde, se omitir a 5ª rola aquele "plim" da 1ª. Se omitir a primeira rola aquele murro na cara bumbalizante e as demais cordas fazendo o trabalho. Trabalhar harmonia com 3 cordas até rola, mas pode ocorrer de se perder algumas coisas como uma terça mais na cara, a adição de uma 7ª ou 9ª, enfim... fica só um feijão com arroz que harmoniza, mas que poderia ser melhor.

Nem falo de se descer o braço nas 5 cordas, né?

Minha história na música, tocando um instrumento, começa na voz e violão, então fazer a cama pra voz sempre foi uma busca no violão. Quando migrei coração e mente pra GB tomei no toba, e tive que buscar formas de contornar isso... agora sinto que é o momento de resolver.

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O que tenho de percepção que embasa a minha especulação sobre a falta de gente harmonizando na GB desconsidera a questão história. Não é por que não é importante, mas sim por que é óbvia! A história da GB é rica demais em virtuosismo, e naturalmente um instrumento que era literalmente a voz não gerava incentivo para que se fossem feitas hamonias. Até tinha, mas nada realmente elaborado... mas rolava, atendendo ao contexto da época.

Vieram as GBs de 5 cordas, raramente se usando a 5ª, mas estavam lá... mas hoje tem uma gama de músicos que beberam do universo da guitarra e se arriscam nessa 5ª (até na 6ª!).

Acontece que temos uma memória auditiva construída imersa em um mundo de 6 cordas, então mesmo com mizinhas variando de 0.008 a 0.013 e mizonas de 0.038 a 0.060, escalas em sua grande maioria de 24,75" a 25,5", o timbre dessas notas mesmo que bem diferentes se comparados à GB temos uma coisa muito doida que ela é mais aguda e mais grave que uma guitarra, de forma geral, com adendos e as devidas considerações. A GB é, sem sombra de dúvidas, um cavalo louco que trota furiosamente ladeira baixo. Se temos 8 ou 80 na guitarra, na GB temos 0,8 ou 800.

Então se tu vê gado, a GB está atrás, sutil, e à frente, desembestada, tangendo como lhe convém.

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Por que escalas de 24,75" e 25,5"? Por que uma é largamente usada pela Gibson e a outra pela Fender e Ibanez.

Pensei assim: qual corda grave "funfa" legal? A referência é a 6ª, a qual me interessa na "escala Gibson" pelo seguinte:

Sendo a escala mais curta é a que deixa a corda soando mais grave, mas dentro da memória auditiva da maioria das pessoas é aceitável. Se seguir à risca, a nota de interesse numa GB é o Dó, e é proporcional a 396mm. Comprido, né? Bom, pra dar uma orientada, afinando meio tom abaixo fica 374mm, o que é bem aceitável, mas não pra primeira corda de GB...

Olhando a "escala Fender", tem-se 408mm para o tom original e 385mm para meio tom abaixo. Então o meu raciocínio foi: se meio tom não "bumbaliza" a nota, beleza! Aí fica apenas por conta do efeito de massa, mas que não gera grave difuso. Ótimo! <3

Bom, 400mm seria uma boa pedida, "só pra garantir", mas pra estética ficar legal teria que ser escala em leque em que a 1ª fosse 370mm... não quero!

Caindo para 380mm está bem no "meio do caminho".

A mizinha em 350mm é aceitável. Reduzir para 340mm ou menos entra na mesma questão anterior da estética...

Então, assim: 1º o funcional, 2º o estrutural e 3º o estético.

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Uma coisa legal da escala em leque é que ela "força" a inclinação dos captadores. Isso faz com que as cordas mais graves sejam captadas em regiões que soam mais definidas. Por outro lado as cordas mais agudas são captadas em regiões que soam menos ásperas. Isso equilibra bem a timbragem e se soma ao efeito da escala em leque.

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Mas, Yuri, e se patentearem isso? E se copiarem? E se...

Não me importo. Fodam-se.

Eu acredito que todo intento humano busca sua satisfação individual, plena, egoisticamente falando (numa pegada Randyana, claro). No meu caso, se algo que é um fim em si mesmo servir para outras pessoas, que bom, né? Não fica apenas eu feliz, e mais gente feliz é menos gente me enchendo o saco.

 
 
 

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