BaianaSystem lança álbum conceitual com guitarra baiana, orquestra e parceria com Manu Chao: 'Fo
O traço marcante da guitarra baiana e mistura de ritmos são algumas das características de "O Futuro Não Demora". São muitos arranjos, mas todos eles bem destacados nas músicas. Quem ouve, consegue sentir o som da percussão, pianos, coros e até de orquestra.
Entre muitas parcerias, a maior parte delas presencial, uma foi à distância: a do francês Manu Chao.
"Fomos tocar em Londres [em 2018], e conhecemos uma pessoa que trabalhava com Manu Chao. Daí entregamos nosso material e chegou até ele. Não conseguimos ter o encontro pessoal, mas fizemos nosso trabalho com troca de mensagens", revelou.
Itaparica, uma das principais ilhas da Bahia foi o local escolhido pela banda para a gravação, criações e concepção do novo álbum, no decorrer de 2018. Entre um arranjo musical e outro, surgia a ideia das parcerias.
"A gente não pensou assim: 'Vamos convidar fulano, fulano e acabou'. A gente fazia algo e pensava: 'Essa guitarra tem a ver com Manu Chao'. Quando estávamos buscando as vinhetas, lembrei de uma faixa do Lourimbau, daí vieram os processos e convites. Foi bem natural", contou.
O guitarrista diz que o disco traz uma narrativa com início, meio e fim. A primeira faixa é "Água", a última "Fogo", e ainda há o "Melô do Centro da Terra", canção que marca o meio da história, dividindo o disco em lado A e B, sendo "Água" e "Fogo" elementos vitais para o entendimento da obra e suas ramificações.
Por ser uma narrativa, Barreto contou que a banda preferiu evitar o lançamento gradativo das músicas.
"Foi acontecendo de maneira um pouco diferente de "Duas Cidades" [disco anterior da banda], que foi lançado com singles. A gente sentiu necessidade de ter um álbum mais tradicional, com referência, com conceito. Foi muita gente envolvida, as músicas estavam se organizando meio que em um roteiro. Foi um trabalho longo de produção, o que a obra vinha pedindo”, explicou.
Sobre a escolha de Itaparica para gravação do novo álbum, Roberto disse que a partir da Ilha é possível observar e ter um olhar de Salvador. "Pudemos entender as relações mais amplas, a importância de Itaparica para nossa história. Isso de alguma forma foi influenciando artisticamente", contou.