Levada de Samba-Reggae 4
Para Ajudar nos estudos estou disponibilizando uma série de Tracks de Samba-Reggae para acompanhamento.
Serão quatro batidas, postadas a cada quinzena, e cada uma acompanhada da história de alguns blocos afros.
(Obs: As tracks não necessariamente se reportam ao som dos blocos citados)
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Bloco ARAKETU
O Bloco-afro Ara Ketu ou Povo de Ketu foi fundado em 1980[2] por moradores do subúrbio ferroviário de Periperi de Salvador na Bahia.[2] O bloco desfilou pela primeira vez em 1981 no qual homenageou o rei caçador, Oxóssi que é o orixá protetor do Ara Ketu. Por isso o símbolo do bloco é o ofá e as cores são azul e branco.
Assemelhante aos outros blocos afros como Ilê Aiyê e Olodom, o bloco Afro Ara Ketu desenvolvia também um trabalho social voltado para a sua comunidade. Embora que durante os anos oitenta os blocos afros ficaram quase invisivel para o grande público no Brasil, as suas músicas foram interpretadas por outras artistas como Banda Reflexu's e Margareth Menezes entre outras. Por Exemplo a musica 'uma história de ifã' gravada no primeiro LP do Ara Ketu em 1987, foi lançada no CD de Margareth Menezes o ano depois tendo maior sucesso no Brasil e no exterior. Constituído inicialmente por um bloco de percussão, dançarinos e associados o “Ara” como é mais conhecido incorporou instrumentos de sopro, bateria e teclado para se reformular.
Em 1987 lançaram seu álbum de estreia, pela gravadora Continental. Em 1994 foram para a gravadora Columbia, e em novembro do mesmo ano lançaram o álbum Bom Demais. Em 1998 lançaram o álbum Ao Vivo, que foi certificado diamante.
Em 2007, Tatau, vocalista da banda, se desligou do grupo para seguir carreira solo e fui substituído pela cantora Larissa Luz, até junho de 2012. No dia 5 de junho de 2012 o antigo vocalista Tatau retornou ao comando da banda.
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Bloco CORTEJO AFRO
O Cortejo Afro surgiu da necessidade de reafirmação dos valores e aspectos da cultura negra na Bahia, respeitando a diversidade e incorporando novos elementos visando o crescimento das comunidades do século XXI.
A concepção artística do Cortejo Afro se apresenta através de releituras de sons e ritmos, resgatando as cores perdidas do carnaval baiano, reafirmando o seu conceito ético e estético.
Histórico
A Bahia é rica em tradições culturais e, principalmente, em manifestações populares que se espalham por todo o seu território. Já a sua capital tem uma forte influência da cultura negra, tendo sua exposição máxima durante os festejos do Carnaval.
Entre vários grupos afros que participam desta festa, destaca-se o Cortejo Afro, criado em 2 de julho de 1998, data da Independência da Bahia, pela comunidade de Pirajá. Tendo nascido dentro dos limites de um terreiro de candomblé, o Ilê Axé Oyá, atesta toda a sua autenticidade e força da cultura negra sob a inspiração e orientação espiritual da sacerdotisa Mãe Santinha, uma das mais respeitadas Mães de Santo da Bahia.
O Cortejo Afro tem um alto astral, com roupas exuberantes e uma coreografia rica em movimentos ligados à cultura afro, idealizado por seu fundador o artista plástico e designer Alberto Pitta, que vem se destacando como um dos mais criativos a Bahia. Há mais de 30 anos que ele trabalha com roupas com influência afro, criando modelos para os afoxés e blocos de Salvador, inclusive fez as fantasias do Olodum durante 15 anos.
A intenção de Pitta é resgatar as cores, sons e ritmos do carnaval, que em sua opinião “o tempo se encarregou de apagar, tornando a maior festa popular do mundo, numa pasta só”. Daí a introdução predominantemente do branco sobre branco, o azul e prata que são cores de Oxalá. Já os grandes sombreiros, segundo Pitta, “visam passar o visual dos reinados das tribos africanas, especialmente de Benin, Costa do Marfim, dentre outros países africanos”.
Arto Lindsay, Davi Moraes, Caetano Veloso, Gerônimo, a cantora islandesa Björk e Dog Murras, além de participar dos tradicionais Ensaios do Cortejo Afro, no Centro Histórico de Salvador, também fizeram participações nos Carnavais, junto com o Cortejo Afro em cima do trio elétrico.