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Levada de Frevo 2

Para Ajudar nos estudos estou disponibilizando uma Track de frevo para acompanhamento.

O FREVO BAIANO

Sua batida rápida, aliciante sinônimo de marcha, virou a cara do carnaval pernambucano. A palavra ‘frevo’, que vem de ‘ferver’ (frever), significa agitação, muvuca... Muvuca?! É aí que entra nossa Bahia...


“E o frevo que é pernambucano, sofreu ao chegar na Bahia, um toque, um sotaque baiano, pintou uma nova energia”.


Pois é, minha gente! Os baianos caíram de corpo e alma no frevo. Aumentamos sua percussão, colocando instrumentos diferentes e, principalmente, amplificamos o seu poder sonoro, para o mundo inteiro ouvir...

Dois gênios, Dodô e Osmar, inventaram algo que iria revolucionar a história da música na Bahia e no Brasil: o trio elétrico. Que beleza! E, “pelas asas de um passarinho”, uma canção transformou um gênero, no início, apenas instrumental, isto é, interpretada unicamente por instrumentos musicais, em uma música que podia ser cantada pelo povo. A canção chama-se “Pombo Correio”, de Dodô, Osmar e Moraes Moreira.


Composta em 1965, chamava-se “Double Morse” e era instrumental. Em 1974, recebeu, não só a letra de Moraes, como também sua marcante introdução, segundo depoimento do baterista Cesinha. Essa introdução termina com um ritmo que faz referência ao código morse.


O ritmo do ‘frevo baiano’ assemelha-se com o do pernambucano. Todavia, certas nuances podem ser notadas. Na Bahia, a importância da percussão aumenta, fica corpulenta e mais participativa; a pandeirola não é tão valorizada; a força da pulsação africana, bem mais evidenciada; e os elementos musicais, em geral, são mais tensos, dramáticos e simplificados.



Ao invés dos metais (trompetes, trombones e tubas), madeiras (saxofones) e seus maestros compositores, duas entidades hipnóticas comandam a cena: a idiossincrática ‘guitarra baiana’ e seu Paganini, Armando Macedo, o nosso Armandinho, virtuose (fera), tanto na guitarrinha, quanto no seu bisavô, o bandolim.


A mistura de aparelhos elétricos (baixos, guitarras, microfones, amplificadores, caixas de som, etc.) e do veículo móvel que distribui alegria, teve o efeito de uma grande explosão, impulsionando a cultura popular e a economia da cidade de Salvador, criando as bases para a formação de um sólido mercado profissional na área da música e do entretenimento, gerando emprego e renda para milhares de pessoas.



No começo do trio elétrico, as composições eram fortemente influenciadas pela música clássica europeia, muito apreciadas por Osmar. Isso estimulava novas combinações, dando um certo rigor formal à música foliã. A principal evolução do trio, depois do aparecimento do cantor, porém, foi a incorporação dos sintetizadores pela celebrada ‘Banda Acordes Verdes’, permitindo, com isso, que novas e diferentes cores fossem ouvidas e seus arranjos musicais, mais evidenciados.


Atualmente, pouco divulgado, o frevo baiano remete-nos a um passado de alegorias e de inocência, onde a beleza das melodias ainda não havia sido sufocada por interesses mercantis da indústria do entretenimento, nem pelos monopólios empresarias que viriam a dominar toda a estrutura do carnaval no estado.

Fonte: Alfredo Moura - http://alfredomoura.blogspot.com.br/2014/02/o-frevo-baiano.html

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